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 A primeira casa a gente nunca esquece

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Voltando para a nossa newsletter… Você sabia que antes de ser chamada Énois, éramos conhecidas pelo projeto da revista Zzine? 

Bom, e falando em Capão Redondo, você vai entender hoje como essa região faz parte da história da Énois.

Para celebrar nossos 15 anos, não poderia deixar de visitar a primeira casa que nos acolheu. A Casa do Zezinho, ONG localizada na Zona Sul de São Paulo, numa região que engloba Capão Redondo, Jardim  Ângela e Jardim São Luís, e que oferece oficinas socioeducativas para cerca de 1.200 crianças e jovens no contraturno escolar. 

Foi lá que, em 2009, Amanda Rahra e Nina Weingrill, fundadoras da Énois, junto a outras profissionais e jornalistas-educadoras como Ana Aranha, Paula Takada e Mauricio Monteiro Filho, iniciaram o projeto da revista Zzine.

Nesse momento, o nome Énois ainda não existia. 

A Zzine era produzida em oficinas para jovens com uma média de 17 anos, em turmas com aproximadamente 19 jovens. As formações eram voltadas para áreas da produção jornalística como design, fotografia, escrita e entre outras. 

Os temas das edições e a linguagem eram escolhidos junto dos jovens repórteres. Foi assim que nasceu a primeira edição “Amizade Colorida: histórias de amigosnamorados e namoradosamigos”. 

No nosso acervo, você pode conhecer também as edições sobre bullying, sobre a necessidade de usar redes sociais com moderação, sobre mães que aprenderam a ler e filhos que aprenderam a ensinar e sobre a primeira edição da Copa Parque Santo Antônio.

Eu não poderia deixar de ir à Casa do Zezinho pra conhecer melhor essa história. 

Quem me recebeu lá foi Michael Douglas, ex-estudante da Zzine e atual coordenador de comunicação da Casa do Zezinho. Michael entrou no curso logo no início do projeto, em 2009. Tinha a função de elaborar o design das revistas. 

Para ele, a revista lhe proporcionou uma perspectiva de futuro. “A Énois marcou minha vida. O projeto já tinha uma energia única, reunindo mentes criativas em torno de uma causa nobre como a Casa do Zezinho. Foi uma experiência transformadora ver fotografia, design, escrita e outras áreas se unirem para expandir a visão dos jovens. Eu fui um dos beneficiados, especialmente na área de design, que não só me deu uma visão de trabalho, mas também um caminho claro para meus objetivos futuros”, comenta Michael.

Ao andar pelos corredores e salas da Casa do Zezinho, o espaço me lembrou muito a estrutura de uma escola. A grande diferença é que há inúmeras artes espalhadas pelo espaço. Artes de cerâmica, frases de filosofia, poemas e outros formatos que chamam bastante atenção pelas cores e lindezas produzidas por crianças e jovens. Enquanto Michael me apresentava o espaço, ele também compartilhava com muito orgulho a sua trajetória na comunicação.

“As reuniões de pautas eram meu momento preferido. Ficaram marcadas em minha memória porque nos sentíamos em um estúdio profissional, discutindo ideias e planejando projetos que faríamos com e para a comunidade. Foram nas reuniões de pautas que fui acendendo cada vez mais meu desejo por comunicar e produzir conteúdos”.

Quando Michael ainda estava fazendo formações na Zzine, ele iniciou como estagiário na Casa do Zezinho. Depois foi para assistente de criação, educador de design e agora coordenador de comunicação. Para ele, todas essas fases são impactos de projetos como a Zzine e a Casa do Zezinho. 

“Esses projetos não apenas me deram uma formação técnica, mas me proporcionaram uma compreensão mais profunda do impacto social e cultural da comunicação. Através das oficinas de design e jornalismo, pude vislumbrar horizontes que antes pareciam distantes, e isso moldou não apenas minha trajetória profissional, mas também minha visão de mundo”, comenta. 

É por isso que quando a gente fala que a hora de transformar o jornalismo é sempre o agora, não falamos só palavras de efeito.

São 30 anos de Casa do Zezinho e 15 anos de Énois. Da Zzine e da Casa do Zezinho, a Énois guarda a mesma energia única mencionada por Michael. Uma energia que acredita na comunicação e na educação como potenciais transformadoras das realidades de jovens e tantas outras pessoas  que passam por essas organizações. 

Levei duas edições impressas da revista Zzine e Michael sentou e ficou folheando com um sorrisão no rosto lembrando cada arte que criou, cada matéria produzida. Fica o desejo dele de que outras pessoas possam ter a mesma oportunidade que ele teve, de perspectiva e futuro. E que a Énois possa construir mais 30, 40, 60 anos de uma bonita trajetória. 

Gostou dessa história? Fica por aqui! A gente ainda tem muito o que contar sobre nossos 15 anos.

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