As raízes que formamos, a rede que somos

Diversa

As raízes que formamos, a rede que somos

23 de dezembro de 2022

 

E a Énois tem sido essa volta para redação e para a produção de um jornalismo local, independente e diverso.

Glória Maria, contadora de história da Énois

Salve! Chegue junto na nossa última Diversa de 2022. 

E nessa última Diversa eu te convido a mergulhar na história de uma das participantes do programa Jornalismo e Território, o JT. A Elâine Jardim, de 27 anos, é moradora de Palmas, no Tocantins, região norte do país. Nascida no interior na cidade de Miracema do Tocantins, ela foi viver com a família em Miranorte, onde ficou até seus 17 anos. E foi lá que se deparou com o jornalismo de uma maneira engraçada. 

Os avós e pais da Elâine são lavradores e têm plantação de abacaxis, um dos meios de subsistência para os moradores da cidade. Elâine costumava ir para roça ajudá-los no plantio, cuidar das galinhas e dar aquele mergulho no rio. 

Ajudando a família a colher os abacaxis, ela os embrulhava em um jornal velho, o Jornal do Tocantins, um dos mais antigos que circulava em sua cidade, e aproveitava para folhear a publicação. Em sua mente ela pensava que ainda iria trabalhar com aquilo, mas por enquanto seguia grampeando e embalando a fruta. 

Em busca de seu sonho que reverbera na memória da infância, Elâine foi morar em Palmas e cursou jornalismo e, adivinhe só, seu primeiro estágio foi no Jornal do Tocantins, aquele mesmo que ela embrulhava o abacaxi. Ficou por lá durante três anos, sendo repórter e em seguida editora. 

Essa foi a trajetória da Elâine até se deparar com a divulgação do curso da Énois em um grupo de Whatsapp de jornalistas do Tocantins. Ela então se inscreveu e foi selecionada na quarta edição do Programa Jornalismo e Território, para pessoas das regiões Centro-Oeste e Norte do país. Nas formações voltadas à cobertura de justiça climática com foco em seus territórios, Elâine viu a oportunidade de se aperfeiçoar na profissão e de voltar para redação. Atualmente ela trabalha como assessora de comunicação. 

Elâine descreve o programa Jornalismo e Território como espaço de acolhimento e escuta. Para ela, o jornalismo diverso é ir para além do óbvio, sair do eixo sul e sudeste, olhar para si, ao redor e para a cobertura do território. E a Énois tem sido essa volta para redação e para a produção de um jornalismo local, independente e diverso. E um de seus próximos planos é criar um veículo de comunicação com o apoio de amigos. 

Leitora obrigada por chegar até aqui, e obrigada Elâine por compartilhar sua história com todas nós. <3 Como comunicadora, ouvir essa trajetória foi emocionante, saber que estamos firmando as raízes do jornalismo diverso com essa grande rede de comunicadores que expande o meu coração e a minha esperança para um mundo melhor. 

Quando visualizo a Énois vejo uma árvore, que inclusive é nosso organograma, ou seja a maneira que nos organizamos internamente, e que sai de dentro pra fora. 

Esse ano li um livro que me tocou muito e que me traz uma associação com o trabalho que tocamos, o nome do livro é: A Vida Secreta das Árvores. Resumindo: é um engenheiro ambiental que traz uma narrativa e estudos de como as árvores se comunicam e o que sentem. E um dos grandes aprendizados que eu tive foi saber que UMA só árvore não forma uma floresta, assim como uma só narrativa no jornalismo (geralmente a que predomina no jornalismo problemático e tradicional) não é DIVERSIDADE. 

A compreensão da diversidade, tanto na floresta que é formada por diferentes espécies e biodiversidades quanto no jornalismo, é muito mais complexa do que imaginamos. Há diversidades que ainda não conhecemos. 

Aqui na Énois temos consciência e entendimento de que precisamos do coletivo para viver. E quando você acompanha o nosso trabalho e nos fortalece, se torna uma das árvores que compõem a floresta: uma parte do jornalismo que respeita e impulsiona as diferentes narrativas – até as que são desconhecidas para nós.

Nosso trabalho faz sentido quando entendemos que precisamos de vocês, nossa rede, para continuar esse trampo porque jornalismo diverso é democracia. E queremos florescer e ser floresta, com nossas histórias impactando politicamente e positivamente nossos territórios. 

E para finalizar essa leitura, me apresento: Sou Glória Maria, jornalista e produtora cultural no território onde resido, em Paraisópolis, SP. Entrei na Énois como estudante da Escola de Jornalismo, que acabou em 2019; entrei para a equipe na área de formação da Énois em 2020, e em 2022 migrei para comunicação.

Hoje sou responsável por comunicar as histórias que formam essa vasta rede de comunicadores – como a minha e a de Elâine. E, em minha função, gosto de ser descrita como “Contadora de Histórias”, um aprendizado que é antes de tudo escutar pessoas, algo muito forte na cultura da Énois. 

Obrigada a todes que acreditaram em um ano de “é nóis”. Cês tão ligado que ninguém para essa floresta rica em vida! 

Viva o jornalismo diverso! E até 2023. Um cheiro em todas <3

Um salve e muito obrigada a todas as apoiadoras e todos os apoiadores da Énois ♥

Ana Luiza Gaspar, Alessandro Junior, Amanda Rahra, Andrei Rossetto, Angela Klinke, Anna Penido, Alexandre Ribeiro, Bernardo de Almeida, Camila Haddad, Carolina Arantes, Claudia Weingrill, Danielle Bidóia, Daniela Carrete, Danielle Bidóia, Danilo Prates, Darryl Holliday, Evelyn Dias, Felipe Grandin, Fernanda Miranda, Fernando Valery, Flavia Menani, Fred Di Giacomo, Frederico Bortolato, Gabriel Araújo, Giuliana Tatini, Guilherme Silva, Gilberto Vieira, Harry Backlund, Iano Flávio, Juliana Siqueira, Júnia Puglia,Kelayne Santos, Larissa Brainer, Larissa Sales, Luciana Stein, Marina Dayrel, Maire da Silva, Mauricio Morato, Natalia Barbosa, Nataly Simon, Patrícia Grosso, Patty Durães, Rodrigo Alves, Rafael Wild, Renata Assumpção, Ricardo Feliz Okamoto, Susu Jou, Tatiana Cobbett, Thais Folego, Vanessa Adachi, Vinícius Cordeiro e Vitor Abud. Se você quer ver seu nome aqui, basta se tornar nossa apoiadora ou apoiador: bit.ly/enoisapoie

FacebookInstagramInstagram