Énois realiza série de encontros com Agência Mural sobre eleições
Neste ano, vamos votar para vereadores e prefeitos, isso tudo em meio à pandemia do novo coronavírus, a Covid-19. Enquanto isso, aqui na quebrada tem sido cada vez mais importante comunicadores fazerem uma cobertura mais aprofundada e voltada para as periferias, sanando o vazio midiático ou a cobertura enviesada e estereotipada que os ditos veículos tradicionais proporcionam a estes territórios.
Pensando neste aprofundamento da cobertura feita por e para os territórios periféricos e favelados da cidade, o eixo de Jornalismo Local da Enóis, em parceria com a Agência Mural, realiza uma série de encontros com os muralistas para falar sobre técnicas de jornalismo na cobertura das eleições.
Bom, pra isso, juntamos uma turma e expositores que foge do padrão eurocentrado de corpo e fala.
No nosso primeiro encontro, recebemos Pagu Rodrigues, indígena, socióloga formada pela USP, que falou sobre o processo eleitoral no município e temáticas de campanhas. Pagu nos respondeu questões como os caminhos para garantir a racialização da cobertura sobre eleições, sobre o que as temáticas das eleições como planejamento urbano, direito à cidade, gestão pública e políticas setoriais tem a ver com raça, populações indígenas e urbanas e território.
Debatemos temas atuais, como as candidaturas laranjas de corpos negros – quando se usa um corpo negro, indigena, trans ou de uma mulher para mostrar uma possivel diversidade, mas que na prática nçao pe bem assim -, falamos sobre a divisao do fundo eleitoral, que agora, obrigatoriamente, destina 30% dos seu repasse financeiro para cantidaturas pretas e sobre o aumento de candidatos e canditadas que antes e se autodeclaravam brancos e, nesse ano, se declararam negros.
E não paramos por aí. No nosso segundo encontro, a advogada Luana Vieira, como ela mesma diz, “cria do Campo do Pitangui”, uma quebrada em Belo Horizonte (MG), “escureceu” dúvida sobre o Orçamento Público, trazendo um conhecimento essencial para qualquer jornalista das quebradas. Luana falou sobre as esferas políticas, quais são as lacunas para a corrupção e como todo dinheiro afeta diretamente a população negra e periférica.
Uma troca de papo daquelas densas, que confirmou como nós jornalistas também somos tradutores de códigos, uma vez que precisamos traduzir o tal do orçamento público, um rio de códigos que poucos conseguem acessar.
Por fim, ouçam o podcast Em Quarentena da Agência Mural. Logo voltaremos com as atualizações sobre essa formação. Um salve.