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Eu tenho uma história de amor com a Énois

Oi! Aqui quem escreve é Glória Maria, comunicadora institucional da Énois.

Se você acompanha o trabalho da Énois com frequência, deve ter notado que colocamos a nossa campanha de 15 anos na rua, com um manifesto que resgata a história da organização no mesmo passo que alimenta as nossas perspectivas de futuro impulsionando o jornalismo diverso, feito em territórios populares Brasil afora e, quiçá um dia, na América Latina.

Falo sobre isso porque trago novidades na volta da nossa newsletter “Énois que tá junto!”. Esse espaço continuará sendo ocupado por histórias do jornalismo local com a Énois, mas toma uma nova roupagem… Após um mergulho da nossa equipe nesses 15 anos de caminhada, elegemos alguns marcos que precisamos compartilhar com vocês.

Eu diria que, a partir de hoje, contarei histórias de amor com a Énois. E escolhi começar com a minha.

Sou ex-aluna da Escola de Jornalismo da organização, mãe da Emanuele e moradora de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, localizada na Zona Sul da cidade. Me recordo como se fosse ontem… Em 2017, eu era uma jovem negra e de periferia, com 17 anos, que buscava oportunidades gratuitas na área de comunicação. Logo depois de finalizar a formação “Você Repórter da Periferia” do Desenrola e Não me Enrola, encontrei a Énois pelas redes sociais e mergulhei em mais um processo formativo que durou um ano. 

Um ano que mais parecia 10, de tanta transformação e aprendizado…

Neste período, acabei mergulhando também em reflexões e experiências que forjaram muito do que sou hoje. Fui parar no Rio de Janeiro, em meados de novembro do mesmo ano, com minha turma formada por 10 jovens das periferias de São Paulo, para produzir uma reportagem “Conexão Quebrada” em colaboração com o data_labe, em que pautamos o problema de acesso à internet nas periferias cariocas e paulistas.

Minha filha Emanuele, mais conhecida como Manu pelas amizades e a família, tinha 4 anos de idade e pode me acompanhar nessa empreitada. Enquanto eu vivia um intercâmbio de vivências com diversos jovens por meio do jornalismo, ela via o mar pela primeira vez. Amanda Rahra, co-fundadora e diretora de Mobilização da Énois, junto a Gilberto Vieira, co-fundador do data_labe, passaram o dia com ela na praia do Leme.

Manu fascinada pela imensidão azul e com os pés na areia. Eu de olhos, ouvidos e coração atentos à pauta, também parecia ver o mar pela primeira vez. Um outro mar que se chamava jornalismo feito por quem vive a realidade do nosso país.

Foi com essa sensação que me formei jornalista na Énois,  em 2017. O começo de uma trajetória que se conecta com a cultura e diversos outros projetos sociais. Dei umas andadas pela área de cinema, quando peguei experiência com produções audiovisuais. Fiz um freela para a Énois e me tornei residente da área Formação, em que atuei por dois anos, e depois fui para a comunicação. Daqui, escrevo como comunicadora institucional de uma organização em que me formei…

Hoje, toco projetos sociais em Paraisópolis, como o 7 Notas, um estúdio comunitário que realiza formações para músicos das periferias, e que agora toma outros rumos com parceiros como a Canguru Records, um selo da Universal Music, onde nos juntamos dando origem a Canguru Paraisópolis, assim, continuamos abrindo espaço para esses jovens, que muitas vezes não tem condições de pagar para produzir seu som, e distribuir com toda formalização em dia. A estruturação do 7 Notas, também veio de muitas experiências e acessos que tenho dentro da Énois, como uma estruturação de relatório de prestação de contas, meios de captação de recursos, escrita de projetos e outras mil e uma coisas. A Énois também é esse lugar que compartilha e troca conhecimentos,  apoiando iniciativas das periferias como o 7 Notas. 

Hoje, celebro a Énois como uma escola da vida.
Minha história de amor e transformação regada ao compromisso com a diversidade. Em 15 anos, a Énois conseguiu se conectar com muitas pessoas assim como eu. Aqui, tem gente de Paraisópolis, gente da Zona Leste de São Paulo… Gente de todas as regiões do país que vêem no jornalismo um lugar para combater desigualdades e fortalecer seus territórios.

Esse relato é um pouquinho da minha história de amor com a Énois. Me conta… Como chegou aí para você? Por cá, ainda vamos contar bastante coisa nas próximas edições dessa news.

Nas redes sociais, levantamos a tag #EueaÉnois para quem também quiser contar com a gente a sua história de amor com a organização. Bacana, né? Vem com a  gente!

Até a próxima, povo

Énois que tá junto!