26 de junho de 2024
Projetos contemplados pelo edital do TechCamp celebram resultados
Projetos contemplados pelo edital do TechCamp celebram resultados
Em 2023, a Embaixada e Consulados EUA no Brasil, em parceria com a Énois, realizaram o TechCamp Belém, um encontro que reuniu 59 iniciativas de comunicação e jornalismo local para compartilhar caminhos e estratégias de sustentabilidade. Ao final do evento, foi lançado um edital de financiamento para projetos e quatro iniciativas foram contempladas. Durante pouco mais de três meses, os projetos foram desenvolvidos e os resultados foram apresentados em uma confraternização online de encerramento, realizada no dia 28 de maio. Entre os projetos destacados, estão o Jornal Fala Roça, do Rio de Janeiro (RJ), e a Mídia Étnica, de Salvador (BA). Eles desenvolveram a "Methodology Crowdfunding Campaign", uma metodologia de financiamento coletivo que será disponibilizada no site do Fala Roça e na Caixa de Ferramentas da Énois, para que outras organizações possam aprender sobre a construção de campanhas de captação de recursos de pessoa física. Monique Silva, gestora de projetos do Fala Roça, comentou sobre o processo de construção da campanha. “Foi uma experiência muito diversa de jornalismo, de atuação a nível local. Em coletivo tivemos problemas parecidos, relatos pessoais marcantes. Então eu acho que a troca foi enriquecedora. Nunca tive uma oportunidade como essa”. Monique também afirmou que a ideia é compartilhar a metodologia da campanha com outras organizações por meio de encontros, rodas de conversa e formações. No Norte do país, a Escola Carta Amazônia de Jornalismo Socioambiental formou sua primeira turma de estudantes, selecionando 30 participantes entre 177 inscritos. Foram realizados 13 encontros com a participação de 4 facilitadores especialistas em meio ambiente e comunicadores indígenas. Entre os temas abordados estavam crimes socioambientais, jornalismo decolonial e ferramentas para investigação e produção socioambiental, além de financiamento para o jornalismo independente. Como resultado do curso, os comunicadores produziram duas reportagens em texto, uma reportagem multimídia e dois podcasts, alguns dos quais já estão disponíveis no site da Carta Amazônia. “Nossa turma é bastante diversa com participantes indígenas, quilombolas, comunicadores populares e recém-formados. Essa diversidade contribuiu para que os debates representassem as diversas Amazônias que existem”, disse Cecília Amorim, cofundadora da Carta Amazônia, que também destacou: “Debater esse tipo de jornalismo é democratizar a comunicação”. Em São Paulo, o projeto “Do Jornalismo Local ao Negócio”, realizado pela Agência Mural e Transmídia, proporcionou seis encontros com dez organizações das cinco regiões do Brasil, trazendo à tona a diversidade de territórios. Temas como sustentabilidade e operações no dia a dia foram abordados. Paulo Talarico, diretor de treinamento de dados da Agência Mural, afirmou que o principal objetivo do projeto era fornecer instrumentos para que as novas organizações pudessem se estruturar. “Durante as formações, abordamos temas fundamentais para quem está começando uma organização jornalística, trazendo exemplos reais do dia a dia, de como criar um novo produto, captar recursos, e lidar com política editorial, formalização, diversidade nas narrativas e gestão de pessoas e grupos diversos”. Caê Vatiero, jornalista e cofundador da Transmídia, comentou sobre o enriquecimento do projeto. “Mapeamos veículos que não estavam no radar e percebemos a necessidade de criar uma rede de fortalecimento e referência. Outro ponto importante foi contar com iniciativas de diferentes temas como cultura, jornalismo de dados e diversidade de assuntos”. Um intercâmbio amazônico de comunicação popular, o Puxirum, aconteceu de forma online com a participação de cinco organizações de comunicação: Tapajós de Fato, Na Cuia Produtora, Rondon Oficial e Maré Cheia Produtora. Essas iniciativas puderam compartilhar experiências de produção jornalística resultando em uma cartilha de comunicação para inspirar outras organizações. Thays Panda, coordenadora do Puxirum, comentou sobre o projeto. “Nosso objetivo era entender os processos e implicâncias da comunicação, além de desenvolver estratégias para identificar os riscos em comum. Foi uma construção etapa por etapa e agora queremos compartilhar esse resultado na forma de uma cartilha para outras organizações”. Matheus Botelho, integrante da Na Cuia, destacou o compromisso de levar a cartilha a outras pessoas: “A experiência foi realizada com muito afeto, cuidado, responsabilidade e compromisso. O objetivo é fortalecer a Amazônia”.