Faça seu próprio Prato Firmeza!
O PF nasceu como um serviço para quem come e empreende na periferia e hoje se tornou uma ferramenta de mapeamento e valorização da cultura gastronômica das quebradas e das pessoas que habitam e circulam por elas.
A história do Prato Firmeza se mistura com a história da criação da Énois. O projeto começou em 2012, na Casa do Zezinho, ONG localizada no Capão Redondo, periferia da zona Sul de São Paulo, onde as fundadoras da Énois, Amanda Rahra e Nina Weingrill faziam trabalho voluntário. Lá conheceram o Matheus Oliveira, que frequentava as oficinas de jornalismo e gastronomia. Ele dizia que não poderia ser um gastrônomo, porque não tinha como degustar e experimentar os pratos caros de chefs famosos que estavam no centro de São Paulo. Mas como assim? Não tem comida boa na quebrada? Gastronomia só tem no centro da cidade?
Daí nasceu a ideia: por que não oferecer na agenda cultural da cidade dicas de onde comer bem e barato na quebrada?
O Matheus topou. O projeto começou com R$ 100 para ele encontrar um restaurante por semana no Capão Redondo, onde se pudesse comer bem por até R$ 20. O nome é criado pelo Matheus. O PF de prato feito vira Prato Firmeza e começa como um guia online. Harrison Kobalski se junta no bonde para cobrir a Zona Leste. A turma percebeu que o guia poderia mobilizar outros jovens e decidiu criar uma equipe para realizar esse mapeamento. Em 2016, pela primeira vez, a Énois inscreve um projeto via Lei de Incentivo à Cultura, que permite que projetos recebam recurso de imposto devido por empresas e pessoas físicas ao governo federal. É quando o Prato Firmeza sai do online para também virar livro impresso.
O projeto começa a ganhar destaque na mídia e gera repercussão. É a primeira vez que a Escola de Jornalismo da Énois vira pauta. Em 2020, a Énois se reestrutura e a Escola de Jornalismo se transforma em residência. Ex-alunas passam a integrar todas as áreas da organização para aprofundar os aprendizados sobre jornalismo e ampliar os conhecimentos nas diferentes áreas que compõem a Énois, como gestão de pessoas e captação de recursos. Assim, o Prato Firmeza também muda. Pela primeira vez, o recorte territorial se une ao recorte de raça e amplia as histórias da cadeia
de gastronomia, passando a incluir também textos sobre as entregadoras Após uma parceria de distribuição do PF3 com a Feira Preta em 2019, e pensando no público com quem queremos conversar, surge um Prato Firmeza feito por pessoas pretas, que mapeia negócios e cozinheiras pretas.
Foi também em 2019 que a gente decidiu compartilhar essa metodologia de aprendizado e de produzir jornalismo gastronômico. A partir dos relatos de várias pessoas que passaram por essa trajetória, reunimos um passo a passo para que outras pessoas, coletivos, jornalistas e educadoras possam se apropriar destas ferramentas e desenvolver seus projetos. O tutorial é dividido em 6 etapas, onde falamos sobre equipe, sobre o mapeamento afetivo, sobre o processo da construção da pauta à edição, sobre distribuição, impacto e financiamento. No meio do livro, você pode preencher uma ficha com o esboço do seu próprio projeto! Bem do jeito que a gente faz as coisas por aqui, com a mão na massa mesmo.
O guia metô, como apelidamos por aqui, está em sua segunda edição. Depois de estudar e refletir sobre a importância das linguagens e formatos para a distribuição de informação, no primeiro semestre de 2020, percebemos que era preciso aprofundar um pouco mais a conversa nesse tema. Esse aprendizado veio com o desenvolvimento do Reload. Nesse projeto, a nossa equipe de Produção e Distribuição se debruçou sobre as formas com que jovens urbanos consomem notícias. Voltamos pro Guia Metodológico e incluímos aí também uma seção com informações práticas de como estruturar a distribuição do seu guia na sua quebrada 😉
BAIXE AQUI o Guia Metodológico Prato Firmeza gratuitamente!