20 de Março de 2019
As lições que aprendemos sobre notícias falsas, desinformação e checagens com o projeto ChecaZap
A primeira coisa que o grupo decidiu foi que não adiantava dar a chamada e levar o usuário para um site fora do WhatsApp. O problema era óbvio (para os jovens): as pessoas não tinham internet. Elas tinham WhatsApp (por causa do contrato do Facebook com as operadoras que disponibiliza acesso às redes sociais mesmo se o usuário não tem pacote de dados). Então toda informação tinha que caber em um ou dois parágrafos. E mais: ser simples, divertida e usar das mesmas estratégias que as fake news. Ou seja, parecer fake – com imagens feitas por apps, gifs e muitos emoticons. Tipo isso daqui:
► O Zimbábue tem uma população de 16,7 milhões e quase 100% têm acesso à internet móvel. Por isso, veículos de mídia estão usando o WhatsApp para distribuir notícias enquanto o governo censura e persegue jornalistas que denunciam abusos e crises. Os pacotes cobrados pelas operadoras para que o usuário acesse o aplicativo custam entre 0,50 e 1 dólar por semana – uma vantagem para um país que tem maioria de desempregados. O 263Chat, uma plataforma de notícias local, iniciou seus grupos do WhatsApp em 2014. Hoje, o número total de inscritos é de 29 mil. Eles recebem um PDF em baixa resolução (2,7 MB), de cerca de 20 páginas, com as notícias do dia. (Via NeimanLab)
► Parceria da BBC Londres com 102 organizações de jornalismo local ajudou o veículo a enxergar padrões de histórias para além da capital e fazer análises mais profundas sobre temas recorrentes. “As pessoas podem agora não só ver a imagem geral, mas também mergulhar em como ela é apropriada e relevante para a área onde vivem”, disse Matthew Barraclough, diretor de parcerias da BBC. Ainda como resultado, Barracalough aponta o fato de poder se conectar diretamente com leitores que hoje não acessam a BBC. (Via Journalism.co.uk)