Um resumo de tudo o que a Énois fez em 2019
Não dá pra mentir. 2019 foi um ano que começou difícil para o jornalismo. E não melhorou muito – aliás, pelo último diagnóstico do Atlas da Notícia, cerca de 20% da população segue sem acesso a veículos de comunicação que cobrem suas realidades. Mas foi nesse vácuo que decidimos atuar. E queríamos compartilhar com vocês, nossa rede mais próxima, o que ficamos felizes em realizar
A turma da Escola de Jornalismo produziu o terceiro volume do nosso guia favorito, o Prato Firmeza, mapeando lugares que combinam comida e rolê nas quebradas de SP. Tá fresquinho e você pode comprar o guia aqui. O grupo também inovou no formato e produziu nossa primeira série de podcast, o #Corrupcast, um projeto que tem como missão traduzir a corrupção para as pessoas. Nesta edição, os jovens repórteres apuraram o impacto da formação dos cartéis nas licitações da CPTM em SP e como isso impacta diariamente os atrasos nas linhas do trem – especialmente nos fins de semana. Ouça aqui.
Não contentes com essa produção toda, decidimos dedicar os últimos meses do ano em experimentações de distribuição desses projetos. Ocupamos, com muita alegria, o Arte na Rua e a Feira Preta, para lançarmos o Prato Firmeza. Convidamos empreendedores mapeamos pelo guia para venderem suas comidas nos eventos. E também levamos o #Corrupcast para um Slam do Grajaú, para discutir com jovens como podemos entender melhor a corrupção e nosso acesso a direitos de mobilidade e cidade.
Inauguramos nosso projeto de residência, onde dois jovens da rede Énois foram selecionados para um processo de estágio na Agência, produzindo conteúdos para diversos veículos parceiros. Alguns destaques aqui: uma investigação sobre como anda a saúde no bairro em que se morre mais cedo, para o The Intercept; uma visão sobre a permanência do jovem bolsista nas universidades, para a BBC Brasil e uma história bonita e poética sobre pedreiros da quebrada, para o UOL TAB – finalista do Prêmio 99 de reportagem.
A gente viajou pra caramba (mais de 3 mil quilômetros, eita!) e tivemos a honra de coordenar a segunda edição do projeto Jornalismo e Periferias, em parceria com a Abraji e outras quatro organizações locais (Periferia em Movimento, data_labe, Marco Zero e Oficina de Imagens, em SP, RJ, Recife e BH respectivamente). A iniciativa contou com oficinas de formação em diversos temas, entre eles Lei de Acesso à Informação, Jornalismo de Dados e Financiamento para 76 jornalistas em favelas e periferias de cada cidade.
Também inauguramos o #RedaçãoAberta, um espaço de oficinas onde jornalistas e cidadãos se reúnem para discutir questões, compartilhar recursos e conhecimento e aprender a relatar e investigar histórias em seus territórios. Foram 8 encontros onde discutimos a cobertura de violações de direitos humanos, censura no governo Bolsonaro e credibilidade no jornalismo. Todas as edições foram gravadas em podcast. Acesse aqui.
Começamos nosso projeto que vai construir indicadores de diversidade para auxiliar redações a adotarem políticas e construírem ferramentas que mexem na estrutura das suas equipes e produto. Folha de SP e Zero Hora estão inaugurando o projeto, mas estamos atentas e abertas para ouvir a apoiar outras iniciativas, redações e coletivos.
Fomos convidados a fazer parte do Conselho Curador do Festival 3i (um festival de jornalismo independente realizado por outras 12 organizações de jornalismo) e pudemos contribuir com a programação do evento (a mesa que ajudamos a montar teve Raull Santiago, Darryl Holiday e Elvira Lobato falando sobre como cobrir a cidade fora das grandes redações). Fizemos ainda a curadoria do espaço do Google no Festival, e convidamos 10 iniciativas que estão inovando no jornalismo para contarem sobre seus projetos. Conheça-os aqui.
E pra finalizar, ainda nos 45 do segundo tempo, fizemos, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, um edital para enviar dois repórteres periféricos para cobrirem a COP25, em Madri, a partir da visão de seus territórios. Confira em breve as produções, no Periferia em Movimento e no Favela em Pauta.
UFA! É isso. Não, pera. Ainda nasceram duas crianças na nossa equipe, Maria e Malik. Tamo crescendo. Muitos desafios para 2020. Espero seguirmos juntos.
Até já